CONHEÇA “CAVERNA”, A VOZ QUE ECOA NO CANINDÉ

Antônio Dionísio, o "Caverna", fanático torcedor da Portuguesa.

Antônio Dionísio, o “Caverna”, fanático torcedor da Portuguesa.

Quem frequenta os jogos da Portuguesa no Canindé certamente já reparou em um senhor com a camisa rubro-verde, cabelos brancos, e um penteado bem peculiar. Ele grita, cobra, pula, vibra com cada jogada da equipe. Não deixa de apoiar por um minuto sequer. E, se o resultado não for positivo, sofre junto com o time, fazendo sua lamentação ecoar por todo o estádio.

Esse é Antônio Dionísio, ou “Caverna”, como ele mesmo prefere ser chamado. O ilustre e muitas vezes até caricato torcedor, concedeu uma breve entrevista para este blog, durante o intervalo de uma partida da Lusa no Canindé.

Diário do Canindé – O senhor é torcedor da Portuguesa desde quando?
Caverna – Desde 1960. Venho no Canindé em todo jogo da Portuguesa. Também vou em alguns jogos fora de casa, no Rio, em Belo Horizonte, no interior do estado de São Paulo. Na campanha da Série B em 2011, fui em todos os jogos.
A Portuguesa melhorou muito, já sofremos demais. Existia muita confusão na diretoria, jogadores, torcida. Um xingava o outro, e isso não era bom para o time. Mas passamos por cima disso, e hoje tudo está melhor. Acho que nesse ano, conseguimos ficar no G8.

Diário do Canindé – Em que setor do estádio o senhor mais gosta de assistir aos jogos?
Caverna – Eu não gosto de ficar junto à torcida organizada, porque eles acabam brigando entre si. Eu não sou contra a diretoria e nem à torcida. Eu sou um torcedor, e torço para a Portuguesa. Sou Lusa de coração. Nunca fui contra o clube. Mas a organizada fica xingando, fala mal dos jogadores, do técnico. Acho que eles deveriam apoiar, incentivar. Jogar uma partida mal é normal para qualquer jogador e qualquer equipe.

Diário do Canindé – Qual foi o jogo mais emocionante que o senhor esteve presente?
Caverna – Um dos mais emocionantes foi no ano passado, contra o Santos, aqui no Canindé. Se eu não me engano, era o primeiro turno do Brasileiro (o jogo valia pela 7a rodada, disputado no dia 01/07/2012, empate sem gols). Falavam muito do Santos, que vinha com Neymar, Ganso, Borges… Mas a Portuguesa tinha Dida. A Lusa jogou muito bem aquela partida, merecia ter vencido. Mas no último lance, o Neymar lançou o Borges na cara do gol. Quando ia chutar, uma senhora portuguesa que estava do meu lado gritou “Ai, Jesus!”, e o Dida fez a defesa. Virei pra ela e disse: “Só Jesus mesmo pra salvar a gente nessa hora. Você estava rezando?”, e ela me respondeu: “Parei no Pai Nosso…”